O preço da vida

A sol acabara de raiar, o orvalho ainda umedecia a relva, os pingos lentamente desprendiam-se das folhas vivas e caiam sobre as folhas mortas do outono do ano anterior. Um cão caminhava na frente com muito cuidado, seu dono o olhava com uma admirável atenção, pois a qualquer momento poderia surgir uma codorna.

Os passos do animal eram extremamente suaves, não poderia fazer barulho como fizera da ultima vez , porém um galho seco surgiu a sua frente. O som da quebra do galho assustou a ave, que comia tranquilamente algumas sementes de arroz embaixo de uma touceira de capim. Ela voou e sem perceber foi em direção do caçador. O cão, surpreso, correu atrás, mas o volver, provocado pelo corpo do animal e do dono, derrubou a espingarda no chão e em seguida o caçador despencou-se em cima da própria arma.

A arma acionada disparou um tiro certeiro no animalzinho, o seu fiel companheiro, que gritou, pulou e depois estatelou-se no chão sem vida. O caçador olhou o grande mal feito. A imagem o fez entristecer e ali mesmo jurou desistir desse tipo de aventura. para ele seria como deixar da própria identidade.

Tornará ele ao seu preferido lazer? Há quem diga que ele já esteja marcado pelo acidente, portanto não voltará. Mas o tempo é senhor da razão, com certeza ele dirá!
( Santiago Derin)