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Num barco, no mar revolto de palavras

Um texto só sobrevive, se arrebanhar um leitor!!!!
Um leitor só existe, se alguém escrever!!!


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sartório Wilen na Web!!! Click e veja!

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sábado, 8 de abril de 2017

Assim!!! Disse o Nário

Assim!!! Disse o Nário!


Num lugar muito longínquo, havia um menino muito esperto. Tinha um pouco de altista, o seu foco de longe ou perto nas coisas era surpreendente, praticamente um especialista e sua adesão às pesquisas era de um modo até eloquente.

Não demorou muito para que a população em seu derredor já o batizassem de Conhecedor Mor. Tudo que descobria, a mente absorvia e já devolvia a todos como um conhecimento e tudo de cór.

Seu nome era incomum em relação aos Pedros, aos Josés e aos Joões, quis o destino que um fino erro ortográfico, de um escrivão do cartório, propagasse as nações o seu imaginado nome Mário, transformado depois do erro em "Nário" e também quis a Providência que a sua vida se pautasse sempre no conforto e na ignorância dos destinatários!

As suas descobertas chegaram a um ponto de serem abertas para as pessoas espertas em um livro e muito conhecido no mundo inteiro! Como manda o compartilhar de um mundo moderno e assim se sucedeu até no mundo virtual. O Google que confirma essa premissa.

Quando caminhava pelas ruas, atendia à noite ou de dia as agonias provocadas pelas ignorâncias espalhadas pelo mundo de meu Deus e de muitos outros deuses dos outros. Algumas frases criadas para orientação, já nessa época e em outras, que elevaram e levaram o seu nome, sempre atrelado a algum conhecimento.

Era comum se ouvir:
- Pergunte ao Nário!
- Veja o que o Nário disse!
Com o tempo se eternizou na frase:
- O que disse o Nário???

O capital chegou, viu, gostou dos feitos e dos efeitos, analisou sob o prisma de um negócio lucrativo. Investiu numa gráfica de papiro e massificou suas descobertas, depois de muito marketing e propagandas sob a palavra secularmente conhecida como Dicionário!

E assim, por séculos e séculos amém, disse o Nário!!! E continua graça aos assassinatos das ignorâncias deste mundo de violência sobre a Língua.
Se o leitor não concorda, pegue o livro e veja o que Disse o Nário!
(Santiago Derin)

quinta-feira, 23 de março de 2017

A imagem não sorriu

A imagem não sorriu


Levantou de manhã apressado, olhou no espelho, cumprimentou a própria imagem e lhe desejou sorte na batalha na selva de pedra.

Apertou suavemente a velha conhecida pasta dental, retirou-a com um leve roçar da escova. Esfregou a escova nos dentes, como se quisesse lavar também as palavras que usaria nas hipóteses de argumentação.

Esquentou o leite no microondas, em seguida colocou uma colher de café solúvel. Abriu o pão amanhecido e o recheiou com várias fatias de mortadela. Naquele momento passava na TV a operação da Polícia Federal "Carne Fraca".

Ouviu que a mortadela que comia, era feita com carne estragada. Olhou nela com repugnância, torceu o nariz, balançou a cabeça negativamente, entretanto abriu a boca e meteu com vontade os dentes naquela metade restante do lanche.

Pensou "Ela é muito melhor que a cocaína...". Vestiu-se rapidamente, pegou os pertences, olhou sobre a mesa, escolheu, entre três identidades, aquela mais conveniente e saiu.

Onze horas já estava no banco da praça a espera de seu trabalho. Não demorou muito, apareceu um rapaz que se sentou ao seu lado e conversaram sussurradamente por meia hora.

Uma hora depois estava com o indivíduo num restaurante de baixa categoria e comeram arroz com feijão e carne moída com batata. Naquele momento a televisão transmitia em segunda edição a operação "Carne Fraca".

Enquanto mastigava saborosamente a carne sem a batata, ouviu que colocaram na carne papelão moído como mistura. Olhou no prato, torceu o nariz, remexeu a carne à procura do papelão. Não o achou.

Encheu várias colheradas de carne e as mandou em direção ao estômago, mas antes pensou "Ela é melhor que a cocaína!". O seu acompanhante ficou o tempo todo no celular em negociação.

Findado a negociação e a refeição, foi informado que viajaria a negócio para a Itália. O negociante saiu e rapidamente voltou e lhe deu um pacote. Marcaram um encontro para o outro dia no aeroporto.

Com o pacote sob as axilas, que poderia ser sovaco pelo cheiro do desodorante vencido e fora da validade, e em função disso, danificaria a pele e posteriormente a carne, segundo a Operação "Carne Fraca" da PF.

Seguiu para a sua casa descansar para a viagem no avião. Morria de medo de altura, preferia comer toda a carne apreendida pela PF. brasileira, até beber suco de cocaína, mas avião era um tormento de cabo a rabo. A única motivação era somente a grana daquele trabalho.

Rezou pedindo sorte para o dia seguinte e foi dormir. Teve um sono conturbado. E, no sonho, no meio da Operação da Policia Federal era um dos envolvidos. Seguidamente o acusavam de assassino em massa, pelo fato de usar mistura proibida com produtos químicos.

Dormiu. Acordou assustado. Dormiu novamente. Acordou não tão assustado. Dormiu...

Acordou de manhã, desejou um bom dia a própria imagem. Fez sua higiene pessoal. Deu um sorriso ao espelho e saiu ver outros preparativos. Achou que a imagem não lhe sorriu.

Levado pelo horário, não voltou para certificar se a imagem não lhe sorriu. Levou na brincadeira, poderia ser que o espelho fosse resultado de algumas mutreta, semelhante as das carne, das empresas misturarem alguma coisa na produção do espelho, elas só pensam em lucro e não nos humanos.

Sem delongas. Engoliu vários pedaços de uma refeição bem diferente. Pensou " Na vida a gente tem que, de vez em quando, engolir sapo". Um carro foi busca-lo e o levou até o aeroporto.

O indivíduo da praça já o aguardava ansiosamente e nervosamente no saguão. Achou esquisito, lá dentro era estranho estar suado. O ambiente era com ar condicionado! Deu de ombros para o observado. Recebeu a orientação e as passagens de ida e volta e seguiu para o check in.

Subiu na aeronave e partiu para enfrentar o medo nas alturas. A sua poltrona era no lado da janela. A curiosidade e o medo de olhar por lá fora o estressavam, ora a curiosidade vencia o medo, ora ela era vencida por ele. A viagem seguiu com essa luta interna.

Quando o comandante anunciou a aterrissagem, o medo assumiu o comando da situação. Sensações estranhas se acumulavam: cãibra nas pernas, coração acelerado, arrepios de frio, o corpo gelado aí foi quando sentiu que no estômago a última refeição brigava com a carne moída com batatas.

Suas pernas começaram a tremer, seu abdômen a inchar até seu corpo desfalecer. O aeroporto foi se aproximando aos poucos até o avião pousar.

Rapidamente veio um ambulância, chamada pela tripulação, que o levou ao pronto atendimento do aeroporto. Os médicos chamaram a Polícia Federal da Itália. Tinham encontrado 40 pacotes de cocaína no estômago do coitado do falecido. A razão era que dois deles estouraram e se misturaram com a carne e a batata e, por conseguinte, provocaram aquele infortúnio. A mistura proibida venceu o medo pela ineficácia da proteção da embalagem de papelão!
(Santiago Derin)

domingo, 12 de março de 2017

O problema do Zé

O problema do Zé


Era sábado de carnaval. O Zé se aprumava em pé perto da porta da sala, lado de fora, sentou-se na cadeira de plástico, tirou os chinelos, pôs um sobre outro em forma de cruz e acendeu um cigarro.

Pelo viés da porta enxergava na TV as imagens do carnaval. Lembrou-se das pingas, das mulheres, dos repiniques, dos ganzas daquela boa época.

Não foi muito longe nas memórias, sua mulher passou e desfez a Cruz Chinelal.
Ele não gostou do que ela fez, a cruz era dele, era ele quem deveria desfazer a cruz, não ela! A cruz não era dela!!!

Não queria se aborrecer! Jogou o toco de cigarro no chão e foi apagar com pisão forte. Seus chinelos não aprovaram essa ideia. Achou melhor esse não. Balançou a cabeça para o aborrecimento resfriar. Não queria se apoquentar.

Tentou engatar uma quarta marcha e desembocar naquele carnaval antigo, da escola de samba antiga, daquela cabrocha antiga, dos problemas antigos, entretanto a imagem da sua cruz feita pelos chinelos havaianas, agora desfeita por sua mulher, não saia da sua cabeça, atrapalhou os pensamentos e agora também ela não saia da sua cabeça.

O problema era do Zé, por que ela tinha que mexer? Se o problema era do Zé, então era problema do Zé!! O Zé que se vire com o problema!!!

Num soslaio, a mulher olhou para Zé e disse:
- Sarou?

O Zé olhou para ela e, com os dentes cerrados, replicou:

- Você mexeu com problema do Zé e se o problema é do Zé, é o Zé que resolve!!!

- Para de resmungar aí, tá atrapalhando a TV!

O Zé, só de pirraça, cruzou os chinelos novamente.

Num repente veio o mal balançando negativamente a cabeça e descruzou os chinelos e, com as mãos na cintura, finalizou com uma frase de efeito:

- Tá chamando a morte, imbecil? Tá sem sal? Vai tomar uma no bar que sara!!

O Zé olhou para aquele monte de pano obesial que se afastava, enfiou a mão no bolso, retirou a grana, contou seus trocados, pensou nas vantagens de cruzar os chinelos no bar do Último gole!

Lá era a verdadeira Pasárgada, era amigo do dono, o problema do Zé, era do Zé e mais protegido do mal. Cortaria o mal pela raiz! Foi-se.
(Santiago Derin)