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Num barco, no mar revolto de palavras

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terça-feira, 5 de abril de 2011

O gato comeu!

- Pára de estudar! – disse o pai – Vamos raciocinar! O comportamento de uma sociedade devemos dividir primeiramente em níveis em forma de priramide. vamos fazer uma pirâmide e dividir em 5 partes!

- ?!?!

- Como esta pirâmide social verificamos a importância e o comportamento das classes segundo suas possibilidades e suas necessidades.

- E o que isso tem a ver com a trasitividade dos verbos?

- Muito meu filho! Se classificarmos os verbos também em níveis, podemos coloca-los assim:

1- Classe A - Verbo intransitvo VI
2- Classe B - Verbo trasitivo direto VTD
3- Classe C - Verbo transitivo indireto VTI
4- Classe D - Verbo trasitivo direto e indireto VTDI
5- Classe E - Verbo de ligação VL

- Tudo bem, mas qual é a razão do verbo intransitivo assumir o topo da pirâmide?

- Entre todos esses verbos qual é o mais rico em significado?

- Todos eles são, com exceção do verbo de ligação, significativos, porém só o Intransitivo pode conter informação completa, sem precisar de nem uma outra palavra

- O Verbo Intransitivo é o cara!

- Exatamente, portanto pertence a classe alta, rico em significação e totalmente independente. Vejamos um exemplo:

O gatinho dormiu! - O verbo dormir por si só contem todo o significado que uma informação precisa. Poderíamos até acrescenaar mais algumas palavras depois do verbo, porém seria desnecessária para a ação, uma vez que imediatamente é compreendida pelo ouvinte. Logo o verbo é classe A.

- E o VTD por que ele é classe B?

- Pelo mesmo raciocínio!

- Como pelo mesmo raciocínio, se ele não tem autonomia de significado? Ele é incompleto, pois sempre está precisando de complemento!

- Por essa razão mesmo, Ele também é um verbo significativo e carrega uma importância fundamental no seu significado, tanto quanto o verbo intransitivo, entretanto, agora vem a diferença fundamental, ele sempre precisará de algumas palavras para completar-lhe o sentido. Vejamos os dois exemplos juntos:

a) O gato dormiu.

b) O gato comeu o peixe.

- Estamos falando do mesmo gato?

- Pode ser, não altera em nada serem diferentes. O importante é você verificar o ponto final nas duas orações!

- O que tem o ponto final?

- O ponto final encerra a frase, certo? Pois bem! Então colocaremos um ponto final após o verbo no exemplo B e vejamos o que acontece:

b) O gato comeu.

- Entendi que o gato comeu! Não vi problema algum!

- Esqueceu de que, quem come sempre come alguma coisa? No exemplo não está especificado o que o gato comeu?

- Não!

- Aí está a diferença, sempre presisaremos completar-lhe o sentido, sozinho ele é uma andorinha sem verão, Logo classe B, pois não consegue ser classe A.

- Faz sentido... e como fica o VTI nesse verão?

- A mesma coisa.

- Como a mesma coisa, se ele é da classe C?

- Quero dizer que é o mesmo raciocínio. O VTI também é um verbo significativo, contudo um pouco mais pobre do que VTD em competência. Vejamos um exemplo:

c) O gato gosta de peixe.

- Podemos colocar um ponto final depois do verbo gostar?

- Claaro ! Fica "O gato gosta".

- Nessa informação eu fico sabendo que "o gato gosta", mas não sei de quê...

- É realmente, ele precisa do restante das palavras para completar o sentido.... então ele é igual o VTD?

- De maneira alguma, lembra-se daquela aula de preposição que lhe dei na sexta série na qual usamos alguns canos de pvc?

- Aquela quando alagamos o quintal e a mãe ficou uma onça com a gente?

- É!

- Claro aquela aula jamais eu esquecerei, aprendi brincando!

- Agora vamos usar um pouco daquele conhecimento sobre preposição.

- Não estou vendo nenhuma ligação entre a transitividade do verbo e a preposição!

- Calma chegaremos lá! Vejamos agora dois exemplos:

b) O gato comeu peixe

c) O gato gosta peixe.

- O Sr. Errou na cópia da frases, estão faltado alguma palavra.

- Não. Eu copiei sem ela propositalmente e você percebeu a falta dela pelo sentido.

- Ah! Eu percebi que no exemplo B é possível uma construção assim, na outra eu senti que está faltando alguma coisa.

- Essa coisa que você está falando é a preposição. Ela é o elemento de ligação entre o VTI e o seu complemento, vem daí o nome transitivo indireto!! É indireto, porque precisa de preposição para liga-lo ao complemento. Sacou?... Por outro lado o VTD não precisa de preposição!! Na leitura que você fez do exemplo você percebeu isso! Sacou?

- A professora não explicou assim.

- Cada professor tem seu próprio jeito de explicar!

- Esse é o seu jeito?

- Não sou professor filho, quem me dera ter a sapiência de um professor....

- Só a sapiência pai, o salário não, né pai?

- É ... Mas vamos ao que interessa no momento, agora O VTDI ficou mais fácil...

- Mais fácil por quê?

- Porque ele é exatamente a soma dos dois que acabamos de ver!

- Então eu vou arriscar um exemplo:

O gato chamou a atenção do peixe da dona Maria.

- Muito bem filho, você já aprendeu. Como você raciocinou para chegar nesse exemplo?

- Foi simples, Em casa não tem rio e nem mar, logo o gato só podia chamar a atenção do peixe do aquário!!

- Brincou filhão, então você não entendeu...

- Claro que entendi, eu estava brincando com o você. Eu percebi que o verbo chamar precisa de dois complementos, um sem preposição e outro com preposição. No caso " a atenção e do peixe ". A minha conclusão é que ele pertence a classe D da pirâmide!

- Excelente, podemos encerrar a aula tranquilamente.

- Não sr. Está faltando o verbo de ligação ou vai deixar sem explicação?

- E precisa exlicar um verbo sem importância, sem significado de ação e que pode ser retirado das frases sem que prejudique essencialmente o sentido.

- Não entendi a explicação!

- Não é explicação. Veja o exemplo e perceberá:

O gato está cansado.

- Estou vendo o exemplo e continuo sem entender.

- Então leia a frase sem o verbo!

- O gato cansado!

- Precisou do verbo para saber que o gato está cansado?

- Não!

- Claro! Ela faz somente a ligação entre os termos. Ele liga o sujeito gato ao seu predicativo que é a palavra "cansado", portanto ele é um verbo pobre em significação, tão pobre que consegue ser insignificante em comparação com os outros verbos!

- A sua maneira de ensinar foi fantástica, eu até...

- Venha almoçar os dois. O almoço está na mesa !

A mãe, que fazia o almoço na cozinha chamou o marido e filho.Os dois saíram do escritório do fundo da casa e foram direto para a mesa.

- Pai me ensina esse negocio de predicativo?

-Ensino, mas agora você tem que colocar em prática o que aprendemos hoje.

- ?!?!

O pai pegou um pedaço do peixe assado sobre a mesa e deu ao angorá da família. De rabo erguido o animalzinho agarrou firme com os dentes e foi para debaixo da árvore no quintal. O gato estava cansado, pois passou a noite na rua.

- Olhe pai, só faltou ele pegar o peixe do aquário!

- Se o gato pegar o peixe do aquário, eu bato em vocês três!!! - Disse a dona da casa.

Os dois deram tantas risadas que a mãe ficou com a cara de tonta, sem entender nada. Deu de ombos e foi lavar as coisas na cozinha.
(Santiago Derin)

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