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Num barco, no mar revolto de palavras

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O assassinato !

Deixou Ane em casa e foi para rua festejar o novo namoro. Festejou consigo mesmo, bebendo em goles de felicidade aquele momento. Uma conquista! Não fora fácil ganhar aquela garota. Foram muitos dias de espiadelas, de encontros casuais forçados, mas valeu a pena, conseguiu e agora estava ali na rua, tarde da noite e feliz.

Caminhou até sua casa assoviando canções de amor que se misturam , de vez em quando, com rock pesados, afinal o amor não tem um único som. Chegou ao portão e em vez de abrí-lo, pulou-o num salto, a alegria dá forças. Tirou a chave do bolso e quando foi colocá-la na porta ouviu um grito. Assustou-se. O grito vinha de dentro da casa. Antes de abrir a porta, resolveu esperar mais um pouco, queria ouvir algo mais. Outro grito, agora era a voz da mãe:

- Não toque nela!

Um arrepio tomou conta de seu corpo. Sabia que em casa estavam só a mãe e a irmã mais velha. Naquele instante percebeu que algo de errado estava acontecendo lá dentro. Tomou uma decisão, deu a volta e foi até a porta dos fundos. De lá, viu que a luz do banheiro estava acesa. Esperou mais um pouco e ouviu claramente o que acontecia.

- Se tocar em mim eu grito!

Era a voz da irmã. Então entendeu que a mãe e a irmã estavam a mercê de um assassino. Pensou em chamar a polícia, mas teve medo que o invivíduo tivesse uma reação violenta e machucasse as duas. Criou coragem e resolveu entrar, mas, de imediato, veio à mente a imagem de Ane chorando ao lado de seu caixão, no mesmo instante que viu manchetes de jornal trazendo a notícia: GAROTO MORTO COM UM BALAÇO AO TENTAR SALVAR A MÃE E A IRMÃ , e ainda pode ver a imagem do vizinho do lado que não ia com a sua cara, dizendo: “Pra mim esse rapaz estava metido com criminosos, isto está parecendo vingança”. Foi despertado de seus pensamentos, com o barulho de uma pancada que parecia ter sido produzida por algo de madeira. Em seguida à pancada, ouviu o grito:

- Mãe !!? Responda, está morta??

Não pensou mais, jogou-se contra a porta, arrombando-a. Entrou feito uma bala e gritando pela mãe. Seguiu em direção ao banheiro, atropelando móveis e até o gato que dormia no tapetinho do corredor. Quando chegou ao banheiro, ficou espantado com a cena: sua mãe de camisola e com um tamanco na mão, tentava acertar uma barata que, instantes antes, subira pela perna da irmã, que por sua vez, assistia enrolada em uma toalha, o assassinato da pobre barata.
Sorriu aliviado e voltou a entregar-se a Ane nos pensamentos.
(João Carlos de Menezes)

Um comentário:

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